Cleiton da Silva Ferreira, de 28 anos, foi atingido na perna por um disparo de arma de fogo dentro da própria residência, na Rua Santo Antônio, em Guanambi, no sudoeste da Bahia. O jovem foi baleado na manhã da última quarta-feira (01), e familiares relatam que o disparo foi efetuado por um policial militar.
O 17º Batalhão de Polícia Militar divulgou uma nota relatando que uma guarnição teria sido acionada por populares para atender uma ocorrência, onde as informações davam conta de que um homem transitava diversas vezes em frente a uma academia de musculação, e que algumas mulheres estavam com medo de sair do estabelecimento por conta do suspeito.
Ainda conforme a PM, a guarnição foi ao local e abordou o suspeito, mas ele fugiu em uma motocicleta. Os policiais foram atrás na tentativa de capturar Cleiton, porem o mesmo conseguiu entrar em uma casa para escapar da abordagem.
Na nota, afirma também que os militares foram agredidos pelo suspeito com golpes de capacete, e posteriormente entraram em luta corporal. A PM informou que Cleiton tentou tomar a arma de um dos agentes, e para esquivar-se da ação de desobediência, um outro militar atirou na perna do abordado.
Ainda no boletim de ocorrência, o pai da vítima afirmou aos policiais que o filho sofria de transtorno psicológico. Cleiton foi socorrido pelo SAMU 192 e encaminhado para o Hospital Geral de Guanambi, onde passou por uma intervenção cirúrgica, ele teve o fêmur fraturado.

Familiares de Cleiton, relatam outra versão do caso, e disse que foi completamente diferente as informações relatadas pela PM. O pai da vítima teria informado para os militares que Cleiton sofria com um transtorno mental, mas mesmo o homem afirmando a situação do filho, os policiais teriam invadido a casa, agrediu o jovem e atirou na perna dele.
Um vídeo feito pela imprensa local, mostra o pai de Cleiton falando para o radialista Fernando Alves, que o mesmo foi expulso de sua própria casa pelos policiais que teriam invadido sua residência sem a sua justa permissão. O homem disse também que além de ser atingido pelo disparo de arma de fogo, o filho foi agredido durante a ação policial.
O vídeo registrado pelo radialista exibe um determinado momento que um policial começou a falar em tom alto para um homem, um sargento aposentado, que tentava consolar o pai do jovem. Enquanto os dois discutiam, a gravação do radialista foi bruscamente interrompida, após um policial à paisana dar um tapa em sua mão e derrubar o celular no chão.
A Polícia Militar garantiu que será instaurado um “procedimento apuratório” para investigar o caso. A ocorrência também foi registrada na Delegacia de Guanambi, que vai apurar o ocorrido. A Polícia Civil disse que o homem foi apresentado por uma equipe do 17ª Batalhão de Polícia Militar (BPM) e que guias de perícia foram expedidas.