A pandemia da Covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população baiana. Além das mais de 24.312 mil vítimas fatais atingidas pela doença, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil na Bahia, em 2003: nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil. Em números absolutos os Cartórios baianos registraram 52.834 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 39,3% maior que a média histórica de óbitos no estado, e 22% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses na Bahia. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 18,4%.
Com relação aos nascimentos, a Bahia registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 89.960 nascimentos, número 18,4% menor que a média de nascidos no estado desde 2003, e 2% menor que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 13,4% na Bahia.
O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre no Estado, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 72.276 mil nascimentos a mais, caiu para apenas 37.126 mil em 2021, uma redução de 48,6% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 23,4%, e em relação a 2019 foi de 37,4%.